Monday, December 1, 2008

Para um conhecimento do teatro africano(3)

Moçambique

Em princípios de 1936 Baldaque e Silva escrevem a revista "Império das Laurentinas", e entusiasmados com o êxito escreveram em 1939 outra revista a "Palhota de Moçambique". baseada num tema local e que mais tarde passou a chamar-se "Palhota Maticada". Em Novembro de 1941 os dois autores escrevem a "Zona Perigosa".
Como temos vindo a dizer este teatro e de revista, tem por objectivo principal fazer rir, com suas piadas vistas numa perspectiva colonial.
Ai por fins de 1941 há uma nova tendência no teatro colonial, levantam-se questões entre o teatro de revista (ou teatro ligeiro) e o teatro serio (a que dão o nome de teatro de formas superiores) e devido a esta polémica o Rádio Clube de Moçambique (RCM) organiza inquéritos, onde surgem duas posições: a de Sobral Campos que defendia a dramática, e que um bom trabalho do autor poderia ser prejudicado com uma má interpretação, e uma segunda opinião oposta a primeira, e que entendia que Sobral Campos exagerava quanto a limitação do valor dos actores amadores locais, visto a “Zanga” peça traduzida do francês por Humberto de Avelar e levada a cena pelo Núcleo de Arte, deu oportunidade a revelação de verdadeiras vocações para o teatro serio.
É também em 1941 que surgem as peças: “Africa Menina e Moça” do Brito e Nascimento (Rui Sant’Elmo), “Latitude Sul” de Luna de Oliveira, a operata “Amor a vista” de José Mendonça e Fausto Ritto, os dramas, “O Mato” de Caetano Montez e “Infortúnio” de Felisberto Ferreirinha.
O poeta Reinaldo Fonseca cria no entretanto na Secção de Teatro do RCM a rubrica quinzenal “Teatro em sua casa”, que teve por continuadores: Vasco de Matos Segueira, Sarah Pinto Coelho, actor Tomas Viera e mais tarde o António Teixeira (antigo aluno da Escola de Teatro do Conservatório Nacional de Lisboa) e que assumiu a direcção da Secção de Teatro do RCM, escolhendo peças e interpretes. (Cont...)