Tuesday, March 24, 2009

Luarte orienta workshop sobre técnicas de Teatro do Oprimido

O evento está aberto ao publico e realiza-se na quinta-feira dia 26, das 16 as 18 horas no Teatro Avenida e será orientado por Dinis Chembene, coordenador do Luarte. A ideia é de explorar a filosofia que esta por detrás desta técnica de teatro cada vez mais usada em todo o mundo. Recorde-se que o teatro do oprimido foi criado pelo teatrologo brasileiro Augusto Boal e é praticado em Moçambique desde 2002. Não falte!

Munu Munene, também esteve lá!

Ainda no âmbito do “Março Teatral”, o Luarte teve a oportunidade de revisitar e fazer revisitar ao seu publico o espectáculo infanto-juvenil Munu Munene, fruto de uma co-produção em parceria com o ICMA e o Teatro Avenida, datado de 2006. Desta feita o espectáculo dispensou toda a parfenalia e o conforto do palco para exibir-se em pleno passeio, para o gáudio dos transeuntes. O espectáculo teve lugar ontem as 10 e 14 horas.
Hoje e amanha o grupo apresenta Muanasse Jane, as 10h. Não perca!

Luarte ante-estreia “A política do estômago”

Teve lugar no passado domingo, dia 22 de Março, no Teatro Avenida, a ante-estreia da peça “A política do estômago” do Luarte, uma historia baseada, como o grupo já nos acostumou, no nosso quotidiano real e imaginário. Os textos foram escritos por Mambucho, com encenação de Elliot Alex, tendo contado com a interpretação de Nelson Fakir, Arlete Bombi, Alice Paulo, Muchanga, Nilza Meiva, Charlote e Dinis Chembene. O espectáculo deu o pontapé de saída ao “Março Teatral”, evento organizado pelo Teatro Avenida.Voltaremos com mais pormenores sobre a peça e a reacção da critica e do publico.

Monday, March 16, 2009

A ética e a solidariedade são características essenciais para uma acção de Teatro do Oprimido, incluindo a sua estética.

Muitas pessoas devem se admirar e questionar o por que da rápida expansão do Teatro do Oprimido (TO) pelo mundo. Uma técnica criada por um cidadão de um país que pode ser considerado do terceiro mundo. Um país do Hemisfério Sul.

O TO não tem tido sucesso e impacto somente por ser uma técnica de teatro bastante criativa e introspectiva, que se apresenta como um modelo assente na estética e na criatividade. Estas características por si não bastam para justificar a enorme aderência ao teatro, mas sim a sua proposta transformadora. “O acto de transformar é transformador.”

Este Método rege-se por um conjunto de princípios que baseiam-se em vários pressupostos. Gostaria de enaltecer aqui, do conjunto dos componentes da Árvore do Teatro do Oprimido, a ética e a solidariedade. Estas são características essenciais para uma acção de Teatro do Oprimido, incluindo a sua estética.

A cena e o fórum são momentos intermediários entre o processo da identificação do problema e a transformação. Primeiro a pessoa identifica o problema, reconhece que é seu e ou de seus semelhantes, solidariza-se e propõe-se a agir. O agir no Teatro do Oprimido significa sair de uma situação de opressão para uma que consideramos aceitável, ou seja, que não fere a dignidade da espécie humana. O ser torna-se humano quando descobre o teatro.

E isso não deve significar tornar o seu antigo opressor em vítima das nossas acções. O objectivo no Teatro do Oprimido não é sair da condição de oprimido e assumir a de opressor, mas, sim, responsabilizar o opressor por suas acções, especialmente, nos conflitos não-antongônicos, quando a relação, apesar de conflituosa, não coloca oprimidos e opressores como inimigos irremediáveis. A ideia não é derrotar, é superar a condição de opressão. No caso dos conflitos antagónicos, torna-se necessário anular o poder do arsenal do opressor.

A ideia deve ser estabelecer acções entre os seres humanos e o seu modo de ser e de pensar com vista a uma mudança de comportamento e suas consequências. O Teatro do Oprimido é ético porque faz algo que beneficia o oprimido. O homem vive em sociedade, por isso, deve indagar-se de como deve agir perante os outros.

Outro elemento que deve ser levado em conta na rápida expansão do Teatro do Oprimido é a solidariedade para com outrem. Por mais que o problema não seja nosso, no TO podemos intervir ajudando os outros a resolver os seus problemas. Aqui podemos disponibilizar um mecanismo de diálogo e não exactamente resolver os problemas dos outros. A teoria é dar o anzol e ensinar a pescar e não exactamente dar o peixe.

Podemos e devemos ser solidários para com nossos semelhantes, pressupondo isto a consciência da nossa condição de cidadão e a nossa responsabilidade como membros da comunidade e ou de um determinado grupo social.

E no nosso caso particular somos membros da família do TO, um teatro de luta que não se furta jamais a enfrentar os problemas. Somos solidários com todos aqueles que são oprimidos.

Nossa luta é dentro e fora de cena!

Dinis Chembene

Tuesday, March 3, 2009

Luarte realiza Assembleia geral

Terá lugar no próximo sábado, 7 de Março de 2009, mais uma assembleia geral ordinária da Associação Luarte. Esta, apresenta-se como um mecanismo rotineiro da agremiação que visa criar espaços de envolvimento e participação dos membros na gestão da coisa comum, assim como preconizam os estatutos, tendo em conta que esta é o órgão máximo do Luarte. O Luarte sempre guiou-se por mecanismos democráticos espelhados pela transparência e activa participação dos seus membros num diálogo aberto e franco, que produziram como resultados a conquista de um espaço no cenário teatral a nível de Maputo. Esta Assembleia geral terá como ponto mais alto a eleição dos novos corpos sociais para o período 2009-2011.

Dom Quixote em Maputo (1)

Depois da experiência bem sucedida com “La Celestina” no festival de Agosto de 2004, peça apresentada no África Bar em Maputo. A companhia Agerre Teatro Taldea e o Luarte propõem este ano um intercâmbio teatral que deverá culminar com a montagem e apresentação de “Dulcinea e o caballero de los leones” adaptação de Maite Agirre do clássico espanhol Dom Quixote. Durante o evento que terá lugar em Maputo no mês de Agosto, serão promovidos debates, palestras e aulas sobre encenação, dramaturgia, luz e som e trabalho de actor envolvendo actores, directores, encenadores e estudantes de teatro.

E se a política fosse do estômago...

“Hoje ha políticos que ameaçam abandonar política, transformar os partidos em ONG’S e se dedicar ao combate da pobreza absoluta...”

Ainda com titulo provisório, já esta a ser forjada a nova peça do Luarte. A proposta é de Mambucho, também autor de “Joana Moçambique (2005)”, “A republica dos Mabuzas (2007),”. Mais uma aliciante peça de critica social. Esta aborda, com muita imaginação e criatividade, os assuntos relacionados com a política actual, sustentando por algumas incursões ao passado, ou seja nos tempos da formação dos movimentos políticos, luta de libertação e momentos após a independência de Moçambique. A peça questiona o verdadeiro sentido da independência, unidade nacional, democracia, assim como o propalado combate a pobreza absoluta para os moçambicanos. Não deixe de ver, a estreia esta marcada para os finais do março corrente!

Estamos de volta...

O ano 2008 foi caracterizado por algum “sumiço” por parte do Luarte, não fizemos uma criação nova e timidamente nos apresentamos com “A republica do Mabuzas”. Não foi nada propositado. Ou foi? Bom, nossos actores estiveram envolvidos em diversos projectos de teatro, cinema e mobilização social nas comunidades. Experiências enriquecedoras para o grupo, em especial para os actores envolvidos.
Porém, este ano, voltamos na nossa máxima força, com novos desafios. Abrimos nossa oficina e já esta na forja a nossa nova peça que deve estrear neste Março, durante as festividades da semana do mundial do teatro. Por outro lado, estamos a encabeçar um intercâmbio entre actores moçambicanos e espanhóis, com apoio da embaixada da Espanha. Tomando o teatro como uma ferramenta de comunicação, reflexão e debate de ideias, estamos a participar no processo de gestão de risco de calamidades, envolvendo a população jovem em Morrumbala (através do projecto Teatro-Radios), Mossuril e Ilha de Moçambique (na capacitação dos Comités Locais de Gestão de Risco de Calamidades e apoio a grupos de alunos no programa de produção escolar) em parceria com a OIKOS. Este é um ano, que esperamos traga uma grande viragem na forma de ser e de estar do Luarte. Contamos com as vossas preciosas contribuições